sábado, 14 de agosto de 2010

Imprensa não investigou Cabral

13 de agosto de 2010 por Dacio Malta
Fernando Gabeira*

O debate de ontem foi apenas o primeiro das eleições. Alguns jornalistas acham que houve muitos ataques e poucas propostas. Isso se deve em primeiro lugar ao modelo do debate composto de pergunta, resposta, réplica e tréplica.
O fato de haver mais denúncias do que propostas é decorrente da conjuntura do próprio Rio de Janeiro. Nem todas as denúncias foram feitas pela imprensa, que não foi o bastante investigativa no período Cabral. Em função desta lacuna, coube aos candidatos levantar os temas que são importantes para a opinião pública, mas que ficaram um pouco obscurecidos neste período.
Parte dessa ocultação se deve também à grande sedução da propaganda do governo Cabral, que gastou, até agora, R$ 430 milhões em publicidade. Era natural que um investimento dessa ordem criasse na população a sensação, ainda que falsa, de um mundo cor-de-rosa. O primeiro debate serviu para mostrar que, por baixo dessa fachada, existem problemas sérios que precisam ser resolvidos.
É o caso do transporte, da saúde e da segurança pública. Enfatizamos também muito a educação, já que estamos na lanterna na pesquisa do IDEB sobre o ensino médio. O governo apostou muito em computadores e aparelhos de ar-condicionado. Ambos os itens são importantes e necessários. Mas nada substitui a formação do professor, uma boa relação de trabalho na escola e a integração com a família.
Por isso o debate de ontem cumpriu a primeira etapa estratégica nessa campanha que é a de começar a desmontar a imagem de um governo bem sucedido em todos os campos. No próximos debates vamos avançar nas denúncias e aprofundar as propostas.
* Fernando Gabeira publicou essa reflexão em seu blog.

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