sábado, 17 de abril de 2010

O Cabral real e o Cabral que O GLOBO tenta criar


A primeira página do jornal O GLOBO, desta quarta-feira, mais parece a do Diário Oficial do Estado. É mais uma jogada de Cabral, seus marqueteiros e as ORGANIZAÇÕES GLOBO para tentarem salvar a imagem do governador nessa história da tragédia.

As avaliações do comportamento de Sérgio Cabral nesse episódio são as piores possíveis. E não é para menos. Na terça de manhã, depois da tragédia que atingiu o Grande Rio, Cabral deu entrevistas apenas por telefone, sonolento e vacilante, gaguejando o tempo todo e chamou de irresponsáveis os moradores das áreas de risco, como se eles tivessem feito a opção de morar nesses locais e em condições de tanto risco. O Estado do Rio já contabilizava dezenas de mortes. Cabral não saiu de casa e chegou a dizer na TV GLOBO, num ato falho, que ía dormir.

Na terça, aconteceu o desmoronamento do Morro do Bumba, em Niterói, a pior tragédia da última chuva. Cabral também não deu as caras, nem foi a nenhum local de tragédia. Dizia que era um assunto técnico. Por isso quem teria que falar e tomar providências eram os técnicos.

A essa altura até a mídia o criticava. Leitores de blogs e sites de notícias, assim como ouvintes de emissoras de rádio aproveitavam os espaços para se manifestar, para expressar a revolta com a omissão, descaso e covardia de Sérgio Cabral.

Só na quarta-feira, à tarde, mais de 48 horas depois do início da tragédia, Cabral foi ao Morro do Bumba. Estava tão perdido, que sugeriu consultar o cadastro do IPTU para saber quantas pessoas moravam na localidade. Esclareceram-no que os moradores não pagavam IPTU, porque era uma ocupação irregular. Perguntou ao comandante do Corpo de Bombeiros quem morava na área, se eram pessoas pobres? Não sabia de nada.

Os moradores do Morro do Bumba passaram a semana, sem qualquer apoio do governo do Estado, a não ser o trabalho de remoção da terra e da busca de corpos. A revolta era tão grande, que no sábado, quando Cabral voltou ao Morro do Bumba levou uma tremenda vaia. Segundo ele, foi orquestrada por “políticos de quinta categoria”, no que um morador indignado rebateu: “O senhor é que é de quinta categoria”.

Diante da tragédia humana e da tragédia política para sua imagem, Cabral decidiu que precisava reagir na mídia. E é claro mais uma vez conta com a ajuda de O GLOBO para tentar ludibriar a população.

Em 3 anos e 3 meses de governo, Sérgio Cabral não construiu um único conjunto habitacional. Os únicos apartamentos que entregou, menos de 1.500, foram por conta das obras do PAC, feitas com dinheiro do governo federal. O governo do Estado só contratou a empreiteira. Mesmo assim, os apartamentos têm sérios problemas de drenagem e a água entra até pelo ralo, no quarto andar dos prédios.

Alguém consegue acreditar, que agora, faltando menos de 9 meses para o fim do mandato, Cabral vai fazer 10 mil casas? Só O GLOBO para “comprar” uma história dessas. Mas também em troca do que está recebendo de Cabral, é capaz de noticiar qualquer coisa. A verdade e o que é notícia, hoje, não têm mais nenhum valor para as ORGANIZAÇÕES GLOBO.

Não existe nenhum projeto para a construção de casas, a verba também não está liberada e vai depender de empréstimos. Até todas as questões burocráticas serem resolvidas, desapropriações, aprovações de projeto, relatório de impacto ambiental, já se passou da metade do ano. O restante a gente sabe como funciona. Só uma pessoa muito ingênua pode crer, que em 4 meses, de um fim de governo, poderiam ser levantadas 10 mil casas, com a infra-estrutura necessária.

Tudo não passa de mais uma jogada, mas sinceramente, a esta altura, pouca gente vai cair nessa conversa fiada, que só vai servir para irritar mais a população contra Cabral e o próprio O GLOBO. O povo está cansado de ser enganado.

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