quinta-feira, 15 de julho de 2010

Por que o governador não fala?

O ex-prefeito Cesar Maia pede o óbvio, hoje, em seu blog:
“Onde está o governador que não responde?” - as acusações de superfaturamento na compra de remédios pela secretaria de Saude de seu governo.
“1. Todos os chefes de poder executivo -sejam prefeitos, governadores ou presidente- têm um conjunto de relatórios sintéticos mensais com os quais acompanham a dinâmica de governo. Alguns são óbvios, como receitas e despesas, por natureza ou função e saldo financeiro. Mas outros fazem parte das funções de controle do chefe do poder executivo. Por exemplo, um gráfico de barras com o cronograma comparado das obras mais significativas, fazendo uma checagem visual dos atrasos ou não, por comparação de cores.
2. Outro, do volume ou proporção das dispensas de licitação. Faz-se uma série anual de cinco anos para que se possa comparar visualmente pelo tamanho das barras, ou pelo desenho da curva (neste caso, com uma reta horizontal paralela ao eixo da base), onde se pode detectar flutuações. Outra, do volume ou proporção dos aditivos de obras públicas, da mesma forma, comparando com uma série anual de cinco anos. Isso é o mínimo.
3. Com isso, o chefe do executivo pede pontualmente esclarecimentos e, o mais importante, os órgãos sabem que estão sendo controlados.
4. No escabroso caso dos sobrepreços na secretaria estadual do governo do Estado do Rio e o volume e proporção das dispensas de licitação -via um privilegiado fornecedor com sede nos EUA, cujo endereço informado não existe-, o natural seria que o governador, nos relatórios mensais, tivesse pedido esclarecimentos.
5. Por isso, era esperado que a cobertura dos fatos pela imprensa viesse acompanhada por entrevista com o governador do Estado do Rio para que ele explicasse porque isso tudo ocorreu e que sistema de controle e aferição o governo do estado tem para prevenir tais fatos. No entanto, até aqui, em nenhum momento a cobertura dos fatos pediu esclarecimentos ao governador. Em geral, estes esclarecimentos são pedidos a outras instâncias de governo, como prefeitos, assim como foram a outros governadores. Mas, ainda há tempo. Ou não há governador?”

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